Nelson Almeida
Nelson Almeida é valeparaibano, agricolino e Fotojornalista de grande talento. É natural de Caçapava e sua família tem raízes profundas à sombra do lado sambentista da Pedra do Baú.
Sua paixão pela fotografia teve início meio por acaso. A família tinha uma assinatura do “Círculo do Livro”, e um belo dia a editora enviou, por engano, um livro sobre técnica fotográfica e o jovem Nelson agarrou a ler aquilo. Se entusiasmou, tirou uma câmera do armário e o pó nela acumulado e saiu a fotografar. De começo já foi granjeando fama, virou o fotógrafo da turma na escola. Se matriculou no curso de fotografia da Panamericana em São Paulo e antes mesmo de concluir o curso bateu na porta do Valeparaibano em busca de uma vaga. Não havia a vaga de repórter fotográfico, mas procuravam um laboratorista. Foi conduzido para uma entrevista com o editor de fotografia. Sem nenhuma experiência anterior, confessou nunca ter trabalhado em jornal, nem jamais fora fotógrafo ou laboratorista em qualquer outro lugar. Clodomir Bezerra, o editor, gostou da ousadia do rapaz, deu-lhe 15 dias de experiência: “- Se aprovar você fica”. Ficou.
Foram 3 anos de “Valeparaibano”, depois vieram “Folha de São Paulo”, “O Estado de São Paulo”, “O lance” e por último “France Press”. Em 34 anos de fotojornalismo fotografou o Brasil todo e 28 países, contribuiu em diversas revistas, cobriu 3 copas do mundo e 1 olimpíada.
Como laboratorista do Valeparaibano revelei diversas pautas de Almeida e pude identificar com clareza seu domínio da técnica através da densidade uniforme de seus filmes e do enquadramento perfeito de seus fotogramas. É considerado pelos seus pares um mestre do fotojornalismo.
Desde que começou a fotografar para “O Estado de São Paulo” Nelson Almeida mudou-se para São Paulo, mas seu canto preferido é o sítio que mantém com carinho em São Bento do Sapucaí. É onde respira e se recupera, também onde se dedica à fotografia de paisagem, um tema que pratica por prazer.
As fotografias apresentadas no slide-show acima, foram selecionadas pelo autor. Pedi a ele que selecionasse apenas paisagens, onde ele consegue mais alma que razão.