As paisagens urbanas de Kenji

Joseense, nascido e criado no interior da grande colônia japonesa do Jardim Oriente, sua aproximação com a fotografia teve início na faculdade de publicidade. Inspirado por mestres como o americano Julius Shulman, o brasileiro Cristiano Mascaro e o japonês Hiroshi Sugimoto, escolheu a fotografia de arquitetura como tema de sua fotografia autoral, e motivado por essa paixão escolheu a fotografia como profissão.

Após alguns anos de fotografia profissional Kenji Munekata teve contato com a impressão Fine art em uma palestra. A definição, a suavidade, o alcance de cores e uma grande amplitude de texturas de papéis causaram-lhe grande impacto a ponto de mudar sua opinião sobre a impressão de fotos e a motivá-lo a montar um ateliê de impressão em fine art.

O ateliê Koi funcionou na Vila Betânia, em São José dos Campos/SP, de 2012 a 2016 quando Kenji baixou as portas e fez as malas. Mudou-se para Nagoia, onde foi trabalhar com publicidade. Nesse período no Japão confessa que reconquistou o prazer de fotografar, livre do fardo de cumprir as diretrizes dos contratantes pode retomar a fotografia autoral.

Atualmente vive em Tóquio com sua esposa, a fotógrafa Lidi Batitucci, e o filho Ren.

Ele, como talvez todos nesse planeta, tem projetos para o pós-pandemia: retomar as saídas coletivas e, quem sabe, um novo empreendimento. Quando pergunto se nesses projetos inclui a volta ao Brasil, responde que gosta muito do Japão, mas mantém a mente aberta para oportunidades que surgirem: “Sou de uma geração que prefere acumular experiências a acumular dinheiro”.

Mario Lucio Sapucahy
Mário Lúcio Sapucahy é repórter fotográfico, geógrafo e se ressente de não contar mais com a Koi para impressão de suas fotos.